dynatrace

Mostrando postagens com marcador turismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador turismo. Mostrar todas as postagens

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Ao Chile numa moto - 10º dia

Enquanto tomávamos nosso desayuno, ouvimos comentários sobre o tremor que havia balançado o prédio naquela noite. Eu não percebi o tremor, mas acordamos no exato horário achando que estávamos passando mal por causa da comida da noite anterior. Só então descobrimos o motivo de todo aquele desconforto. Esse foi o primeiro tremor da viagem. Sim, teve mais.

Depois do café, saímos em busca da La Portada. Lá encontramos um outro grupo de motociclistas que vinham no sentido contrário, estavam indo para San Pedro de Atacama. Fizemos as fotos com a pedra furada e partimos em direção do ponto alto da viagem, a famosa Mão do Deserto.

Las motocas e La Portada.

Havíamos combinado de encontrar com o Coronel lá na Mão, mas demoramos mais do que o previsto e o baiano seguiu viagem solo, voltando a nos encontrar em Caldera.

No meio do deserto, um monumento surge ao fundo. Ela saúda os viajantes de longe, e convida para ser vista mais de perto.

Uma placa de “escultura” avisa aos desavisados sobre sua presença e indica o caminho para chegar mais perto.

Um pouquinho de off road e logo chegamos. Lá já havia um outro motociclista fazendo suas fotos, um Canadense em sua Triumph Tiger 800 XC. Ele estava percorrendo todo o litoral das Américas, e já estava quase concluindo sua jornada. Ofereci minhas habilidades de fotografo para fazer uma foto dele com a moto e a Mão de fundo, logo em seguida ele se despediu e continuou a viagem. Nós ficamos por lá, por bastante tempo até concluir todas as fotos que queríamos.

Foto obrigatória.

Essa também.

Depois de quase uma hora, foi nossa vez de despedir da Mão e continuar a viagem até nosso próximo destino, Caldera.

No meio do caminho paramos para remover o forro térmico das roupas de cordura, pois o calor estava demais.

Alguns quilômetros depois chegamos a pequena cidade de Caldera. Boa parte da viagem desse dia foi beirando o litoral, uma visão muito bela do pacífico, contrastando com todo aquele visual de deserto.

Brisando...

Caldera é uma cidade pequena, bem simples, de povo simples e bem-educado. Paramos nossas motos no centro da cidade e fomos em busca de um hotel. Encontramos vários hosteis familiares, mas ficamos num hotel padrão, que oferecia café da manhã e estacionamento, ao lado do mar. Como de praxe, tomamos um banho e fomos procurar um local para jantar.

Encontramos uma lanchonete com um bom preço e ficamos por lá mesmo. Enquanto devorávamos uma pizza, o Coronel Motta Lima reaparece e nos mostra suas fotos com a Mão do Deserto. Dessa vez nos despedimos de verdade, pois dali ele seguiria mais ao sul do Chile, enquanto nós ficaríamos em La Serena, nossa última pousada antes de despedir do Pacífico.

Terceiro reencontro com o Coronel.

Em Caldera não pudemos aproveitar do oceano, nem mesmo ver o pôr do sol. O paredão de nuvens continuava la, firme, impedindo o mergulho do sol. E a praia da cidade não nos convidou ao banho.


Voltamos para o hotel e fomos dormir para o dia seguinte.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Ao Chile numa moto - 9º dia

Saímos de San Pedro em direção a cidade de Antofagasta, nosso primeiro contato com o oceano Pacífico. A beleza da estrada continuou. O deserto é lindo, a paisagem é fora do comum, nada parecido com o que temos no Brasil.

Deserto pra que te quero.

Passamos por uma tempestade de areia causada por algum tipo de obra ao lado da rodovia e piorada pelos fortes ventos do deserto. Deixou as lentes das câmeras impraticáveis e só fomos perceber ao chegar no pacífico.

Esfoliação forçada.

Nossa chegada em Antofagasta foi ainda cedo, pudemos parar na orla e fazer as primeiras fotos daquele oceano ainda desconhecido por nós. Ver as pessoas tomando sol completamente vestidos foi estranho. A areia é grossa e escura. Ainda não arriscamos nos banhar ali, afinal estávamos de botas e precisávamos procurar um hotel.

Primeiro contato com o Pacífico.

Que não se parece tão pacífico assim...

Acabamos ficando no Ibis, com uma boa estrutura e a um quarteirão da praia. Descarregamos as bagagens, tomamos um bom banho e fomos procurar o pôr do sol no oceano, coisa que não temos no Brasil, já que toda a nossa costa está ao leste, onde o sol nasce.

Percorremos um bom trecho da orla, conhecendo um pouco mais da grande cidade de Antofagasta. Achamos um pedaço de praia bem parecido com as que temos no Brasil, lá as pessoas já se banhavam mais livremente, com trajes de banho, guarda-sóis, etc. Mas ainda sim não arriscamos, o sol já estava se pondo e o frio estava apertando. Também não foi dessa vez que vimos o sol mergulhar no mar, já que havia um grande paredão de nuvens ao fundo, impedindo nossa visão do pôr do sol.

Água do mar e um pedacinho da Cordilheira.

Agora sim, primeiro contato físico com o Pacífico.


Voltamos para o hotel em busca de uma 'cena' e lá voltamos a encontrar o Coronel Motta Lima. Ele nos deu uma dica valiosa que quase deixaríamos passar. Na entrada da cidade, para quem vem do litoral, há um ponto turístico, chamado La Portada. Uma espécie de pedra furada no meio do mar. No dia seguinte combinamos de ir visitar esse ponto e de lá seguir viagem até Caldera, passando pela tão esperada Mão do Deserto. 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ao Chile numa moto - 8º dia

Acordamos às 4h, tomamos o desayuno previamente preparado pelo dono do hotel e fomos para a porta aguardar o Carlos chegar com a van.
Subimos a uma altitude de aproximadamente 4300 metros, num frio de – 9.6°C. Foi a primeira vez que experimentei uma temperatura abaixo do 0. Dessa vez fomos bem agasalhados. Eu vesti praticamente todas as minhas roupas, mais a roupa de cordura que utilizo ao pilotar, uma balaclava, touca e luvas. Não passei frio.

Quase frio...

Os gêisers não jorram água a uma altura considerável, mas o vapor , esse sim , vai bem alto.

Ninjas

No local há uma piscina natural, de água quente onde os mais corajosos se aventuram. Eu adoro água, não podia ficar de fora. Assim que me despi e fiquei só de sunga para encarar a água, não senti tanto frio, acho que era a expectativa que me aquecia. Assim que entrei na água fiquei totalmente relaxado, a sensação da água quente e ver todo mundo do lado de fora parecendo um grupo de esquimós era estranha. Não parecia que dividíamos o mesmo espaço.
Percebi que a maioria dos que se atreviam a entrar na água eram europeus. O ponto mais disputado da piscina era no começo dela, por onde a água chegava, bem mais quente que na parte mais funda. Por lá, a temperatura era tão alta que eu mal conseguia ficar parado ou tocar o chão, todo em pedras, quase fervendo. Decidi ficar no meio, onde a temperatura era mais agradável.

Piscina aquecida naturalmente.

Sair da piscina foi mais complicado que entrar, ali o choque térmico foi grande. Rapidamente me sequei e vesti todas as camadas de roupas que tinha, exceto a de cordura, já não fazia tanto frio como quando chegamos.

Tomamos um café da manhã por ali mesmo e depois seguimos para ver outros gêisers, alguns com força para jogar água por quase 2 metros de altura.

Geisers de todo tipo.

Nosso guia nos contou que a alguns meses, uma turista faleceu ao cair numa das fontes de água quente enquanto fazia fotos do local. Hoje temos pedras delimitando os locais seguros por onde podemos passar, sem correr o mesmo risco.

Saímos da região dos gêisers e seguimos até o povoado de Machuca, uma vila antiga de criadores de Lhamas, como chegamos tarde, não tivemos a oportunidade de provar um espetinho de carne de Lhama.

Machuca

Voltamos para o hotel, e fomos buscar um local para almoçar. Descansamos e já nos preparamos para o último passeio, a visita a Laguna Cejar.

Encontramos com o Carlos na porta da ‘oficina’ e de lá partimos para a Laguna Cejar, no meio do Salar do Atacama. Sua concentração de sal é tão intensa que o nível de flutuação é maior que o do Mar Morto. Localizado a apenas 20 km de San Pedro e praticamente na mesma altitude, o clima é agradável, não faz frio, e o convite ao banho é inevitável.

A dica do Carlos foi somente essa, não mergulhe, não molhe a cabeça. Há tanto sal na água que você se sente petrificado ao sair da água. Não queria nem imaginar uma gota daquela água caindo em meus olhos. A força que a água faz ao te empurrar para cima é enorme. Não dá para afundar. Ainda bem, porque a profundidade da lagoa é desconhecida. Só tenha cuidado com a câmera, essa afunda com facilidade.

Boiando sem esforço.

Saímos do banho na Laguna e corremos para tirar o sal com água doce, gelada, disponível ao lado dos banheiros que há no local. Por mais que tentamos, o sal não sai fácil, tiramos o que deu, trocamos a roupa de baixo e voltamos a nos agasalhar, pois o vento quando começa, traz com ele aquela sensação térmica de muito frio.

Seguimos então para os Ojos del Salar. Duas lagoas de água doce que do alto se parece com olhos no meio do Salar do Atacama. É possível se banhar por lá também, mas não arriscamos. Tiramos algumas fotos no meio do Salar e continuamos até a Laguna Tebinquiche, onde pudemos ver o por do sol acompanhado de uns snacks e suco, ou Pisco Sour, para os que sentem saudades da caipirinha brasileira.

Um dos ojos...

Aguardando mais um por do Sol.

Com esse passeio terminamos nossa aventura por San Pedro de Atacama. Por lá encontramos vários outros motociclistas brasileiros, incluindo os paulistas que conhecemos em Campo Mourão. Esse grupo me disse que só iriam até ali. Não chegariam nem mesmo a seguir até a Mão do Deserto. Voltariam pelo mesmo caminho da vinda, com um pequeno desvio até a entrada da Bolívia.

Um outro motociclista que conhecemos foi o Coronel Motta Lima, um conterrâneo, de Salvador, que estava viajando sozinho em sua Yamaha Super Tenere 1200cc. Voltaríamos a encontrar o Motta em Antofagasta, e em Caldera, onde nos despediríamos e continuaríamos os contatos apenas por WhatsApp, pois ele iria mais ao sul do Chile, sem datas para retorno ao Brasil.

Conterrâneo Coronel Motta Lima.

Também fizemos amizade com um casal dinamarquês, o George e a Lene, que estão cruzando o Chile e a Argentina de carro.

O simpático casal Dinamarquês, George e Lene.


A noite no hotel foi para reorganizar as coisas dentro dos baus e voltar a rotina da estrada, despedindo das belezas de San Pedro, mas continuando a percorrer o grande Atacama.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ao Chile numa moto - 7º dia

O dia hoje começou cedo. Como sairíamos antes do início do desayuno do hotel, eu pedi para o proprietário se havia a possibilidade dele adiantar um café, ele disse que não tinha como, já que as padarias não abririam tão cedo. Ele então preparou um pequeno lanche, e deixou em nosso quarto, na noite anterior. Essa é uma prática comum nos hotéis por lá, mas você deve avisar com antecedência, se não fica sem.
A van do Carlos veio nos buscar na porta do hotel, alguns minutos depois do horário combinado. De lá seguimos para a reserva nacional dos Flamingos. Pudemos observar vários deles, se alimentando, numa espécie de dancinha, para fazer o alimento se soltar do fundo do lago e ficar mais fácil para a coleta. De lá seguimos para as Piedras Rojas, numa altitude de aproximadamente 4000 metros, o frio impera. Nem tanto pela temperatura ambiente, mas pela sensação térmica, já que venta muito. Fomos bem agasalhados, mas nem tanto, passamos muito frio. Nada que atrapalhasse vislumbrar a beleza do local.

Flamingos flamingando...

e voando...

No caminho tivemos o prazer de encontrar com a bela fauna do deserto, muitas aves, alguns mamíferos, Vicunas, Lhamas, uma espécie de roedor que se parece com um coelho e até mesmo uma raposa.

Vicunhas...

...Vizcachas...

e vi raposa.

Depois de visitar Piedras Rojas, almoçamos num pequeno restaurante, que estava incluso quando contratamos o passeio, e de lá partimos para as Lagunas Altiplanticas. São duas lagunas, de um azul intenso. A Laguna Minique e a Laguna Miscanti

Piedras Rojas


Lagunas Altiplanticas


Terminado os passeios, retornamos ao hotel, saímos para jantar e tratamos de descansar, no dia seguinte acordaríamos bem cedo, rumo aos geisers.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Ao Chile numa moto - 6º dia

No primeiro dia de descanso em San Pedro, fomos buscar por uma casa de câmbio ou um caixa eletrônico, pois até o momento não tínhamos nada em peso Chileno. Como as taxas das casas de câmbio estavam muito ruins, optamos por sacar dinheiro direto do caixa eletrônico. Com 'efectivo' em mãos, fomos atrás das empresas de turismo. San Pedro é famosa por oferecer diversos passeios pela região, que podem ser feitos de modo particular, mas estávamos em busca de sossego, a aventura fica por conta da viagem em si.
Fizemos um orçamento com várias empresas e acabamos fechando o contrato com uma meio termo, nem a mais cara nem a mais barata.
Já tinha uma ideia de quais passeios faria, isso agilizou o processo de pesquisa. Os passeios ficaram divididos da seguinte forma:
Dia 1 – a tarde, passeio ao Valle de La Luna, com visita ao Valle de la Muerte. A noite, tour astronômico.
Dia 2 – Passeio Piedras Rojas, um passeio que inclui visita as Lagunas altiplanicas, a Reserva Nacional dos Flamingos.
Dia 3 – manhã, Geisers del Tatio, passando pelo povoado de Machuca, com vista para o vulcão Putana. Tarde, Laguna Cejar.

Com os passeios contratados, fomos procurar um restaurante e conhecer um pouco da cidade. San Pedro é uma cidade pequena, com ruas não pavimentadas, seus imoveis não podem ultrapassar uma certa altura e todos devem ter as cores branca ou marrom. A maioria da população é de turistas, do mundo todo. Encontramos muitos brasileiros, inclusive trabalhando com turismo, muitos europeus, e muitos chilenos, que eram maioria no nosso grupo de passeios.

Avenida Caracoles

Voltamos para o hotel para nos preparamos para o primeiro passeio, ao Valle de La Luna. Como o passeio era a tarde, o ponto de encontro foi na porta da 'oficina', onde contratamos os tours. Foi lá que conhecemos o Carlos, nosso guia.
O Valle de La Luna fica bem próximo da cidade de San Pedro. Tem um visual realmente “extraterrestre”. Não se vê vegetação, é tudo pedra, ou melhor, é tudo sal. Antes de chegar ao Valle de La Luna, nosso guia, Carlos, nos levou ao Valle de La Muerte, onde temos uma visão de diferentes formações rochosas ao fundo, e também ao imponente vulcão Licancabur, que pode ser visto praticamente de qualquer lugar da região.

Vale de la Muerte

Saindo do Valle de La Muerte, seguimos para um local bastante frequentado, a pedra do Coiote. Um ótimo local para fotos, numa pedra quase suspensa, um precipício logo abaixo deixa as fotos com um ar cinematográfico.

Não olhe para baixo...

Chegamos então no Valle de La Luna. Recomenda-se não levar mochilas ou outros objetos que dificulte sua movimentação, pois passamos por uma espécie de caverna, bem apertada e que exige um certo preparo físico para ser desbravada. Há pontos em que é preciso rastejar para continuar seguindo. Claustrofóbicos, sugiro que evitem essa parte do passeio. Saindo da caverna, brincamos um pouco de escalada e concluímos o Valle de La Luna, partindo para ver o pôr do sol no alto de um morro.

Paredes de sal

A subida a esse morro também exige um pouco de preparo físico, ou algumas paradas para descanso. Lembre-se que você não está no nível do mar, e o oxigênio as vezes some. A vista compensa a malhação. De lá podemos ver toda a beleza do Valle. Um pequeno salar, um anfiteatro, o vulcão Licancabur, e boa parte das cordilheiras. É interessante ver tudo aquilo ir mudando de cor, de acordo com a posição do sol.

Aguardando o por do Sol.

Voltamos do passeio e fomos descansar para o próximo. O tour astronômico era um passeio que eu fazia questão de contratar. Sou um astrônomo amador, adoro observar o céu, e aquela região é uma das melhores do mundo para isso. Seguimos de ônibus para uma região mais afastada do centro de San Pedro, para fugir da poluição luminosa e ter uma visão mais clara do céu.
Ao chegar fomos recepcionados por um casal, os donos da casa, tivemos uma breve explicação do universo e então partimos para a observação de fato. Lá haviam 2 telescópios e um binóculo, mas o legal mesmo era ver a olho nu. Vários “fireballs” cruzando o céu do Atacama, uma quantidade enorme de estrelas, a via lactea se impondo no meio do céu. Como minha máquina não tem um bom ajuste do tempo de exposição, não pude fazer nenhum registro.

Frio nas estrelas.

Chegamos já tarde no hotel e fomos dormir para poder aproveitar o passeio do dia seguinte.