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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Ao Chile numa moto - 14º dia

Saímos de Santiago ansiosos com a expectativa de passar por outro ponto bem desejado da viagem, os Caracoles, uma série de curvas no meio da Cordilheira, já na fronteira com a Argentina.

Ate chegar nos Caracoles, nossa viagem foi presenteada com uma bela vista da cordilheira, se aproximando a cada km, com seu topo todo branco de neve. Nessa hora bateu um arrependimento de não ter insistido na visita ao Valle Nevado, eu queria ver a neve mais de perto. Mas parece que vai ficar para uma próxima vez...

Passamos pela última cidade antes da fronteira, Los Andes, e começamos a subir a cordilheira. Logo mais chegam as curvas. Os Caracoles. Começamos a subida devagar, enfrentando cada curva com calma, sem precisar deitar a moto, aproveitando para apreciar o visual da montanha coberta de neve, bem pertinho. Foi tanta emoção que acabamos passando do ponto da foto com as curvas dos Caracoles e não conseguimos mais voltar... vamos ter que contentar apenas com o prazer de já ter feito aquele percurso e com as fotos de outas pessoas pela internet. Pelo menos um vídeo do trajeto eu consegui fazer.

Neve a vista

Numa das curvas dos caracoles

Após as curvas aparecem os túneis. Com o gelo derretendo e escorrendo por entre o teto. Em seguida passamos pelo primeiro ponto da aduana chilena, onde pegamos um papel, com um número, que indica o número de passageiros por veículo. Meu papel continha o número 2, só isso. Era tão sem graça que eu o chamei de papel de pão. Não subestime a importância desse papel de pão pela sua aparência, ele será carimbado por várias vezes logo mais a frente, e você vai precisar dele para entrar na Argentina.

Antes de chegar na aduana de fato, passamos por um local que me encheu de alegria, era neve, ali bem ao lado da rodovia. Muita neve. Paramos as motos e fomos, bem , eu, fui brincar.

Mais uma surpresa na viagem.

É estranho, é diferente. Está calor, mas a neve está ali, não derretia, ou não parecia derreter. Parecia ser firme, mas não era. Pisava e ela afundava, com um pouquinho de esforço dava até para deslizar. Tirei as luvas e peguei. Era fria, gelo mesmo. Mas se desfazia facilmente com o calor das mãos. Tentei fazer um boneco de neve, mas me faltou habilidade. Voltei a colocar as luvas, estava muito gelado. Com as luvas fazer bolas de neve é mais difícil, pois não há calor o suficiente para fazer que com os flocos derretam e se fixem.

Brinquei um pouco com a minha esposa, fizemos fotos e seguimos. Ainda tinha uma aduana para enfrentar. A saída do Chile acabou sendo em grande estilo.

Abrindo as asas em meio a neve.

Bem alto sim, mas sem puna.

Chegando na aduana, fila. Havia um grupo de motociclistas chilenos em nossa frente. Eles estavam indo apenas almoçar em Mendonza. Só quem é motociclista sabe como é enfrentar os tramites das estradas só para um passeio.

Alguns minutos aguardando e empurrando as motos e logo chegou a nossa vez. Deixamos as motos paradas ali mesmo na fila, mas já dentro do galpão e seguimos com a papelada em mãos para os guichês.

Apresentamos aquele formulário com os dados da moto e os outros dois com os dados dos passageiros que pegamos na entrada do Chile, e os passaportes. Ah, e o papel de pão.
Os formulários com os dados dos passageiros ficaram nesse primeiro tramite, o outro com os dados da moto e o papel de pão seguiram para o próximo. Mais carimbos, e agora estou apenas com o papel de pão, todo carimbado. Esse papel deverá ser apresentado a 15 km dali, para a polícia da Argentina.

Chegando na aduana Chilena/Argentina.

Nem ao menos olharam as motos, que ficaram laaaa na fila. Guardamos tudo de volta nos baus, deixamos o papel de pão para fácil acesso e seguimos.

15 km depois, lá estavam os policiais, que nem chegaram a pedir nada, só apresentamos o papel de pão e seguimos. Já estávamos de volta na Argentina.

Chegamos em Mendonza e fomos procurar hotel. Mais uma vez chegamos no dia de uma convenção, todos os hotéis lotados. Acabamos encontrando um que possuía um quarto com 3 camas, uma de casal e duas de solteiro. Serve.

Deveríamos ficar um dia a mais em Mendonza, para visitar alguma vinícula, passear e descansar. Mas a noite, quando saímos para jantar, dia de jogo, Brasil e Argentina, comemos uma pizza não tão boa, e a saudade bateu. Decidimos que dali mesmo voltaríamos para o Brasil, direto, bem rápido. A viagem terminou, hora de voltar.


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